terça-feira, 2 de agosto de 2011

CAPA DA EDIÇÃO DE AGOSTO


RESUMO DA EDIÇÃO

JORNAL FOLCLORE
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N.º 186 (AGOSTO)

TÍTULOS DA EDIÇÃO
EDITORIAL

OS BOLETINS

Editados por grupos folclóricos, os Boletins são veículos de informação junto dos seus elementos activos e massa associativa, como dos amigos e simpatizantes, substituindo muitas vezes as vozes noticiosas dos dirigentes. Mas podem ser, também, veículos de formação, quando trazem à estampa notas ou comentários que contribuam para o esclarecimento – e valorização pessoal – dos activos cooperantes: os bailadores, os cantadores, os tocadores e os simples figurantes.
Um bom exemplo daquilo que dizemos, chega-nos periodicamente da Amorosa (Matosinhos). Chama-se ‘O Amorosense’ e é editado pelo Rancho Típico da Amorosa. É publicado trimestralmente. Chegou-nos à redacção mais recentemente a edição N.º 17, de Abril, Maio e Junho. Publica-se há 5 anos. A pena de Raul Neves, o “motor” do prestigiado grupo, é a principal responsável pelo conteúdo de “O Amorosense”. Mas também a de João Gomes, Laura Neves, Dr. João Pimenta e outros colaboradores eventuais. Para além da informação, ‘O Amorosense’ tem sempre a componente formativa. E distrai com uma página de passatempos: sudoku, provérbios, adivinhas.
Para as novas gerações sempre fala da “terra mais bonita de Portugal”, Leça da Palmeira, e das suas gentes num tempo recuado. Informa sobre o passado. E dá formação.
Vale a pena o investimento. Uma modesta impressão gráfica decerto não sobrecarrega as débeis (adivinha-se) condições económicas da notável associação folclórica. E colhe frutos que a palavra, porventura não oferece.
Que ‘O Amorosense’ possa servir de exemplo e de incentivo a muitos outros promotores folclóricos.
O director

NOTA EDITORIAL

AGOSTO JÁ NÃO DÁ FESTAS AO FOLCLORE

Longe vão os tempos quando o movimento folclórico andava numa roda viva no mês de Agosto – o mês das Festas – para cumprir um calendário imenso de compromissos que levavam à animação das Festas populares. Agosto era um mês de agenda recheada para os grupos folclóricos. Os fins-de-semana eram alargados de sexta a segunda, com actuações remuneradas, que trazendo aos cofres dos grupos consideráveis fundos, cobriam todos os encargos, da aquisição dos trajes ao aluguer de transportes. Então, os apoios (subsídios) eram palavra proibida. Os grupos de renome terça-feira, 5 de Julho de 2011faziam-se pagar de forma lauta, o que proporcionava a entrada de bom dinheiro, e no fim da época o balancete apresentava resultados quase sempre positivos. Valia o trabalho remunerado das actuações na completa falta dos subsídios autárquicos, que vieram numa época recente, colmatando a falta dos contratos com as Comissões de Festas, que foram optando pelos artistas da chamada canção pimba.
Se as verbas provindas da animação das Festas há muito deixaram de ser uma realidade, é agora assim com os subsídios que amparavam a actividade cultural mas também social dos grupos. E não se venha com o discurso de que o tempo não é de subsídio-dependência. O papel social que os grupos de folclore desempenham junto das populações, exige o apoio, por variadas formas, do poder local, já que as autarquias não oferecem o benefício de bem-estar social e por isso devem ajudar as associações que o disponibilizam, da recreação à formação. E provada está a importância do associativismo, e particularmente de grande parte dos grupos de folclore, quando propicia actividades de reconhecida utilidade pública junto das várias camadas da sociedade.
Agosto está aí. Mas sem Festas animadas pelas danças e cantares do povo. De populares, só a intenção do programa, porque o que oferecem, é uma mão cheia de nada, paga com rios de dinheiro. E que são um logro, quando as vozes dos cantantes contratados são apenas virtuais, graças ao truque do playback.
O director

OPINIÃO

A PROMOÇÃO MEDIÁTICA DE UM FOLCLORE VIRTUAL

O passatempo “O Rancho do Coração”, do programa da RTP “Portugal no Coração” terminou no dia 26 de Junho. Participaram 40 formações, anunciou a produção. Perderam meia dúzia de projectos com um trabalho aproximado do razoável, e que terão investido na competição, provavelmente sonhando alto, envolvendo-se com muitas “distorções folclóricas”. Fizeram-no a troco de nada. Terá ganho a RTP com os 35 mil votos telefónicos que recebeu ao longo das várias emissões para eleger os vencedores. Resta agora que o grupo triunfador não venha a titular-se o “melhor rancho do País”…
Na nossa edição de Abril último - um mês antes do início da emissão da referida rúbrica - alertámos para o mau serviço que a RTP iria prestar ao Folclore nacional, com o anunciado passatempo, que convidava os ranchos e grupos folclóricos a participarem. Antevia-se que à chamada acorreriam maus desempenhos de retractação etnográfica e folclórica. Pressagiávamos que se viesse a vender gato por lebre e a oferecer-se uma má imagem do folclore. E na realidade, a esmagadora maioria dos participantes terá feito arrepiar o mais desatento folclorista, tão absurdas foram as suas prestações.
Ainda manifestámos uma pontinha de esperança relativamente a um bom serviço ao folclore nacional quando dissemos: “Naturalmente que a iniciativa se aplaude se os conteúdos respeitarem as regras de adequadas representações, seleccionadas dentro de um critério de acertada representatividade. Mas, a forma aleatória como são aceites os grupos participantes, revela a pior antevisão de uma péssima mostra do nosso folclore e antecipamos um mau prenúncio da presença do folclore nacional no passatempo do programa da RTP. Lamenta-se que uma vez mais um pseudo folclore sirva à televisão para diversão e entretenimento”. Estávamos então a um mês do início do entretenimento televiso, que então veio a chamar-se de “O Rancho do Coração”. E apelávamos a que a “trapalhada pedisse mesmo uma espécie de “providência cautelar”...
A nossa previsão veio, infelizmente, a confirmar-se pelo seu pior. Foi efectivamente muito mau - quase tudo - o que passou na dita rúbrica ao longo de algumas semanas, protagonizado por promotores de bocas cheias de folclore. E lamenta-se que um ou outro projecto com razoáveis princípios de representatividade, se tenha misturado numa mescla intolerável de um suposto folclore.
A competição, que não pôs à prova não uma efectiva representatividade tradicional mas sim algum malabarismo de supostas danças (?) e maus estereótipos de algum folclore, contribuiu, antes, para mais uma oportunidade do canal de televisão ver entrar cofres adentro mais uns milhares de euros com o produto das chamadas telefónicas dos apoiantes das funções que se passearam no programa ao longo das emissões. MJB

- Folclore e apoios oficiais, por: Dr. Mário Nunes


DESTAQUES

Faleceu uma lenda do Folclore Português
O FOLCLORE DO PAÍS DESPEDIU-SE DE AUGUSTO DOS SANTOS

Mestre de todos os folcloristas do País, defensor inveterado da causa folclórica, Augusto Gomes dos Santos terminou a caminhada de uma vida na intransigente defesa dos valores culturais tradicionais. Faleceu no dia 9 de Julho, a poucos dias de completar 87 anos. Fundador da Federação do Folclore Português, era actualmente seu Presidente Honorário, a instituição que fundou há 34 anos. Foi acompanhado à sua última morada por centenas de folcloristas e amigos, como de inúmeras representações de grupos folclóricos e de várias personalidades. À entrada do cemitério, um profundo silêncio foi quebrado por uma enorme salva de palmas e prestava honras ao pedagogo e autodidacta pela obra deixada. O adeus foi de emoção e já de saudade.

Texto e Fotos: Manuel João Barbosa

Foram muitos os folcloristas que estiveram em Arcozelo para se despedirem do seu educador de muitas décadas. Augusto Gomes dos Santos não conseguiu combater a grave doença que há alguns anos o atormentava. Ainda assim, uma força indómita o fazia andar por aí, aconselhando e recomendando o melhor desempenho dos grupos de folclore. Uma caminhada de mais de meio século a espalhar conhecimentos e experiência foi agora parada. Para trás ficam páginas de uma escola de doutrina da cultura popular tradicional e de pedagogia dos variados aspectos da etnografia e do folclore do País inteiro.
(Desenvolvimento da edição impressa)

FOLKCANTANHEDE ENCHEU DE FESTA A REGIÃO GANDAREZA
Três continentes viram-se representados na edição deste ano do FolkCantanhede – Semana Internacional de Folclore – Ásia, América e Europa, recebendo mais de duzentos e cinquenta participantes. O Festival conquistou uma vez mais a região gandareza de Cantanhede, levando a todo o concelho a festa do folclore do mundo. Entre 9 e 16 de Julho, o FolkCantanhede esteve diariamente em vinte freguesias mostrando no interior rural do concelho os trajes incomuns de outras culturas do mundo, como as suas danças e músicas tradicionais. FolkCantanhede tem a supervisão do CIOFF e é uma organização do Grupo Folclórico Cancioneiro de Cantanhede.

Texto e fotos: Manuel João Barbosa

O FolkCantanhede conquistou uma vez mais a região da gândara, no concelho de Cantanhede, espalhando a alegria do folclore de outras paragens do mundo trazida pelos grupos convidados a participarem na edição deste ano do prestigiado Festival. Durante uma semana o concelho de Cantanhede foi invadido por outros padrões etnográficos e folclóricos, naturalmente desiguais entre si por força dos aspectos culturais de outros povos.
(Desenvolvimento da edição impressa)

EM ÁGUEDA MILHARES ENCANTARAM-SE COM AS "DANÇAS DO MUNDO"

O Folclore do Mundo passeou-se sobre as águas do Rio Águeda - que banha a bonita cidade bairradina do mesmo nome - numa amena noite de Julho. Admiráveis formações folclóricas, oriundas de diversos cantos do mundo - Chile, Espanha, Geórgia, Polónia, Turquia, Croácia, Moldávia, Panamá, como Portugal - fizeram espelhar nas calmas e límpidas águas do rio Águeda, a cor dos seus trajes tradicionais e os movimentos artísticos das coreografias do seu folclore. Uma plateia imensa – crescente cada ano - encantou-se com o maravilhoso espectáculo. O Festival “Danças do Mundo Vouga 2011” é uma feliz parceria do Grupo Folclórico de Mourisca do Vouga e da Câmara Municipal de Águeda.

Texto e fotos: Manuel João Barbosa

Águeda voltou a vibrar com o Festival Internacional “Danças do Mundo Vouga 2011”, que levou a ‘Águeda-a-Linda’ na noite de 24 de Julho os sons e tons do folclore do mundo, do Chipre à Croácia, ou de Espanha à Moldávia, como do Nepal ao Panamá e da Polónia à Turquia. Naturalmente que Portugal marcou igualmente presença principal com honrosas participações, protagonizadas pelo grupo anfitrião, o Grupo Folclórico da Região do Vouga, como de um prestigiado embaixador da Madeira: o Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova (Funchal).
(Desenvolvimento da edição impressa)


GRUPO ETNOGRÁFICO DE LORVÃO OFERECEU FESTIVAL INTERNACIONAL
O Grupo Etnográfico de Lorvão (Penacova) preparou de forma organizada o seu XXII Festival Internacional de Folclore, que se concluiu por um assinalável êxito. O Festival Internacional de Lorvão reuniu distintos representantes folclóricos nacionais, como a parte internacional esteve a cargo de prestigiadas representações. O mosteiro de Santa Maria de Lorvão emprestou toda a sua beleza arquitectónica ao cenário da admirável mostra de folclore.

Manuel João Barbosa

O Festival Internacional de Lorvão sucede ao Festitradições de Povos do Mundo, que durante 11 anos foi realizado graças a uma parceria entre os grupos de Lorvão, Chelo e Penacova, e que este ano não terá concretizada a sua edição.
(Desenvolvimento da edição impressa)


NOTÍCIAS

- Festival da Glória do Ribatejo fez reviver costumes de outros tempos
- Vila Nova de Gaia: Festival nas comemorações das Bodas de Prata do Rancho da Senhora do Monte de Pedroso
- Iniciativa da Fundação INATEL
“Tradições que Vivem”- Encontro sobre Património Cultural Imaterial
- Rancho Etnográfico de Mogadouro em Poreč (Croácia)
- Rancho Infantil e Juvenil de Loulé celebrou o seu 34º aniversário
- Folclore a contento no Festival do Rancho do Bairro de Santarém
- FestiBatalha animou o centro histórico da Batalha com a festa do folclore
- Vila Nova de Gaia: Rancho ‘As Lavradeiras de Pedroso’ ofereceu uma admirável gala de folclore
- Bodas de Ouro para o Rancho Folclórico da Romeira (Santarém)
- Êxito completo do Encontro Internacional de Cultura e Tradição de São Romão "Pastor 2011"
- Festival Nacional de Folclore ‘Silvalde 2011’
- Mostra Internacional de Folclore em Montemor-o-Novo
- Grupo dos Sargaceiros da Apúlia actucou no Luxemburgo
- Rancho Folclórico de Torredeita esteve na Normandia
- Todos a dançar no Festival em Rio Frio
- Grupo “As Padeirinhas de Ul” é membro efectivo da Federação
- Otílio Dourado foi homenageado
- Grupo Folclórico da Relva no Festival Beira Serra
- CRONICA DURIO-BEIROA - As Segadas de antigamente


SECÇÕES:

- FESTIVAIS – Os Festivais com realização no mês de AGOSTO

- TRADIÇÃO / INOVAÇÃO – Solidó (parte II), pelo Eng.º Manuel Farias

- PORQUE NÃO TE CALAS?

- CARTAS AO DIRECTOR

A S S I N E
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