quarta-feira, 5 de agosto de 2009

TITULOS DA EDIÇÃO DE AGOSTO

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N.º 162 (AGOSTO 2009)

EDITORIAL

Ainda os Óscares
Uma organização estrangeira acaba de distinguir duas personalidades portuguesas pelo trabalho oferecido à causa do folclore, elegendo-as para receberem uma distinção – um Óscar. Congratulemo-nos por isso. O troféu simboliza o reconhecimento à dedicação e premeia o altruísmo de pessoas que desenvolvam, ou tenham desenvolvido, uma reconhecida acção na “difusão e protecção das tradições populares” dos seus países, “trabalhando com entusiasmo e amor pela cultura popular”. Citamos o presidente do organismo mentor do projecto, em entrevista concedida ao Jornal Folclore, publicada na anterior edição.
O galardão contemplou este ano mais duas individualidades do movimento folclórico de Portugal: José Maria Marques, ex-vice presidente da Federação do Folclore Português (FFP), tragicamente desaparecido no fatídico acidente de viação ocorrido em 1996 com o Grupo da Região do Vouga em viagem por França no regresso a Portugal, e Fernando Ferreira da Silva, actual presidente da FFP, que justifica a distinção num auto-elogio incerto em entrevista que publicámos na página 9 da anterior edição. O ano passado coube a Augusto Gomes dos Santos a honraria da atribuição.
O nosso País não tem o hábito de reconhecer o mérito do trabalho dos seus subservientes. Pelo menos nas coisas da cultura popular. E uma resolução da UNESCO, ratificada por Portugal em 26 de Março de 2008, obriga o Estado português a dar atenção aos promotores e preservadores da dita cultura popular. Entre os quais os responsáveis pela promoção do folclore e enquanto protectores das tradições. Uma continuada distracção do Estado pela recomendação do organismo internacional, não causará estranheza, tendo em conta o que nos diz sabiamente o adágio popular: “Pelo andar da carruagem se sabe quem vai lá dentro”.
Que ao menos, algum reconhecimento chegue lá de fora. Quanto mais não seja para nos aliviar de alguma mácula sentida pela apatia do Estado que temos.
Manuel João Barbosa

NOTA EDITORIAL

Lopes Graça
Quando em 1996 entrevistámos o maestro Fernando Lopes Graça para a revista Folclore, que então se publicava sob a nossa responsabilidade, ouvimos-lhe a seguinte afirmação: “Os grupos folclóricos que existem não correspondem a nenhuma realidade do povo português. Por isso não havia mal nenhum que desaparecessem todos!”. Confessamos o choque que sentimos ao ouvir a frontalidade do compositor. Porque entenderia o musicólogo, assim relativamente à representação tradicional que ele não encontrava nos grupos folclóricos? Interrogámo-nos.
Hoje compreendemos o sentido da sua afirmação e a dimensão das suas palavras. Nos anos passados de então, mostraram-nos que – salve-se raras excepções – os verdadeiros factos folclóricos não existiriam no trabalho da esmagadora maioria dos auto-denominados “ranchos folclóricos”. E em abono da verdade, muitos grupos que então existiam “não correspondiam a nenhuma realidade do povo português”, como fazia salientar o maestro.
Convenhamos que hoje – como ontem – aquilo que alguns (muitos) grupos folclóricos fazem e mostram não tem seguramente nada de folclórico. Sentimos o peso das nossas palavras, sem receio de quebrarmos perante a sua pressão.
Aurélio Lopes, antropólogo e atento estudioso da cultura popular, escreveu na edição de Julho passado na sua secção Esfinge: “O problema é a imagem estigmatizada que o dito folclore entretanto adquiriu. Imagem, essa decorrente de uma inadequada concepção da prática, com reflexos inevitáveis no conteúdo, por parte de muitos dos actuais agrupamentos!” E reforçou: “A verdade é que muito do folclore nacional (ou tido como tal) é uma mentira! São as promíscuas fraudes que proliferam um pouco por todo o país: as “almas algarvias”, os “fandangos varapaus”, as “pauliteiras de Miranda”, o excesso estereotipado de personagens cromáticos. É o ritmo frenético e a excessiva elaboração coreográfica. Fraudes voluntárias e involuntárias, conscientes e inconscientes, que fazem de muita da representação folclórica em Portugal um “faz de conta” volátil entre o “ser” e o “parecer”!”.
De forma irreflectida os bons projectos – felizmente que os há! – são sempre metidos no conjunto daqueles que “não correspondem a nenhuma realidade do povo português”, como entendia Lopes Graça.
As regras para a representação-figuração-retratação dos elementos folclóricos não estão definidas e as águas tardam em se separar. O folclore-tradição está numa corrente; o folclore-recreio noutra. Este, numa corrente ainda maior.
O director

DESTAQUES

Tempos atrás proibia-se o fabrico e comercialização dos produtos de confecção artesanal. Agora…
Campanha ‘Portugal, a Minha Primeira Escolha’ aconselha o consumo de produtos tradicionais
Por: Manuel João Barbosa

Está em curso uma nova campanha publicitária promovida pela Associação Empresarial Portuguesa de incentivo ao consumo de produtos nacionais. A campanha está a decorrer até ao final do ano com um orçamento de 1 milhão e meio de euros. Apela-se ao consumo de produtos de origem portuguesa, com vista dinamizar a economia. O queijo de cabra constituiu o prato de entrada num almoço integralmente confeccionado com produtos produzidos em Portugal e típicos da cultura portuguesa oferecido a vários deputados da Assembleia da República, que se preocuparam na defesa e comercialização dos produtos de características tradicionais.
(Desenvolvimento na edição impressa)

Reportagem
Rancho Folclórico “As Cerejeiras de Fetais”
O Rancho Folclórico “As Cerejeiras de Fetais” foi fundado em 1983. Desajustado da realidade tradicional local, veio algum tempo depois a absorver alguns aspectos culturais populares da região onde se insere, depois de ter desenvolvido um exaustivo trabalho de investigação no domínio do folclore, enquanto, ao mesmo tempo foi recuperado o que foi possível de um vasto património etnográfico que se perdia irremediavelmente. Resgataram-se à voragem do tempo alguns trajes, e registaram-se danças e cantigas. Inverter o rumo inicialmente traçado, para dignificação da cultura popular da sua região, foi o objectivo primeiro. Um adequado e correcto trabalho de retratação popular está em curso, a um passo de se tornar tão fidedigno quanto possível a uma realidade tradicional de uma época que o tempo está a apagar.
(Desenvolvimento na edição impressa)
FolkCantanhede - A região gandareza vibrou com o folclore do mundo

Seis formações folclóricas oriundas de outros tantos países do mundo levaram a festa do seu folclore a todo o concelho de Cantanhede, animando durante oito dias a região gandareza. O FolkCantanhede saiu do reduto citadino da anfitriã Cantanhede e foi até às freguesias – cerca de 23 – fazer a festa mas também deixar a mensagem da paz e da fraternidade entre os povos do mundo. Mas a festa maior aconteceu no encerramento do Festival.

Manuel João Barbosa
A Gala final decorreu na majestosa Praça Marquês de Marialva, que se apresentava repleta de público em toda a sua enorme dimensão. Os grupos participantes, nacionais e estrangeiros, chegaram em desfile organizado ao grande recinto, para primeira admiração de muito público. Ao palco subiu primeiramente o grupo de bombos “Sempre a Bombar” da Cordinhã, uma freguesia do concelho. Os bombos ribombaram anunciando o início da grande festa. Mas foi o Grupo Folclórico da Corredoura (Guimarães) que deu o mote para o desfile do folclore dos 7 países representados.
(Desenvolvimento na edição impressa)

NOTÍCIAS
- Autarca de Marco de Canavezes agredido em espectáculo de folclore
- Grupo de folclore mexicano cancelou viagem a Portugal devido à gripe A
- Festival do Rancho do Cartaxo foi ponto alto das Festas da cidade
- Porto de Mós: Festival da Lagoa Grande com bons momentos de folclore
- Rancho de Vila Nova do Coito ofereceu em Almoster uma admirável festa de folclore
- Coruche: Rancho Regional do Sorraia ofereceu bom Festival no seu 44.º aniversário
- Golegã: Oficina de Cultura Popular fez análise do conhecimento etnográfico adequado ao folclore
- Folclore de Faro encantou no Chipre
- Festival Internacional de Folclore Silvalde 2009
- Rancho Folclórico de Erra promoveu Workshop Etnográfico de Fotografia
- Madeira: Grupo de Folclore da Boa Nova esteve na Croácia e no Continente
- Rancho Tecedeiras na Suíça
- Rancho Folclórico “Os Campinos de Remscheid” (Alemanha) festeja este ano o 30.º aniversário
- Festa do linho na Corredoura
- Rancho S. Cosme de Gemunde, Maia, comemorou 49.º aniversário com Festival de Folclore
- Rancho Folclórico e Artístico de Antões festejou aniversário
- ‘Povo que lavas no Rio Águeda’ levou milhares à antiga piscina fluvial
- Grupo Folclórico de S. Cosme assinalou o 50.º aniversário
- Rancho Folclórico do Cartaxo actuou em França
- Recriação etnográfica na Glória do Ribatejo fez reviver o casamento como há cem anos
- Tradição e folclore no FestiBatalha
- 40 ANOS - Grupo Folclórico da Região do Vouga, Mourisca do Vouga (Águeda). Danças e cantares do mundo sobre o rio Águeda
- Cortelha (Loulé) vai respirar tradição e cultura
- Serenata Futrica em Coimbra
- INATEL: encerramento dos Cursos de Instrumentos Populares
- Rancho de Gouveia comemorou as Bodas de Ouro
- Rancho da Casa do Minho ofereceu tarde de Folclore em Belém

SECÇÕES

Carta ao director
“O comportamento é um espelho onde cada um revela a sua imagem”

Esfinge
Senso comum e ridículo, pelo Dr. Aurélio Lopes

INOVAÇÃO/TRADIÇÃO
Braços no ar. Pelo Eng.º Manuel Farias

* PORQUE NÃO TE CALAS?

* FOI NOTÍCIA… HÁ 13 ANOS

FESTIVAIS

Realizações no mês de Agosto

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